“O seu filho não deve regressar.” 

Palavras que qualquer pai ou mãe receia ouvir, mas que poucos alguma vez terão de ouvir. Para Andreia, 34 anos, esta chamada terrível chegou apenas algumas semanas após o início do ano letivo: o seu filho de quatro anos, Alex, tinha repetidamente dado pontapés, mordido e agredido os professores quando lhe pediam para participar e, de acordo com a política da escola, estava a ser expulso. 

Como acontece com muitas famílias de crianças com perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA) não diagnosticada, que passam por situações semelhantes, Andreia e o filho não receberam qualquer orientação, encaminhamento ou alternativa. A escola atribuiu o comportamento a “má educação” e “falta de disciplina”, deixando Andreia, mãe solteira de três filhos, a lidar com tudo sozinha. 

De repente, Andreia viu-se obrigada a organizar cuidados de última hora para Alex, à custa do seu bem-estar pessoal e profissional. As manhãs passaram a ser consumidas por longas viagens até a casa da tia, que aceitou, com relutância, tomar conta dele. Os dias de trabalho eram interrompidos por telefonemas frenéticos: Alex recusava comer, fazia birras na hora de arrumar ou resistia à sesta. O chefe começou a perguntar se estava tudo bem em casa. Os colegas murmuravam que ela parecia mais tensa, irritável e emotiva. 

Andreia sabia que a família precisava de ajuda, mas não sabia em que consistia essa ajuda, nem onde a procurar. Tinha vergonha de pedir, receando — ou melhor, sabendo — que, tal como os administradores da escola, as pessoas a culpavam pelo comportamento do filho. Assim, não procurou apoio, e só cinco anos mais tarde Alex viria a ser finalmente diagnosticado com PHDA, altura em que já enfrentava dificuldades sociais e académicas significativas que poderiam ter sido atenuadas se o suporte tivesse chegado mais cedo. 

A Cair nas Fendas: O Custo Humano das Lacunas no Acesso a Cuidados 

A história de Andreia não é rara nem vergonhosa. É, sim, o infeliz resultado de uma sociedade ainda largamente desinformada e mal preparada para lidar com condições do neurodesenvolvimento, como a PHDA, e os desafios comportamentais que estas podem desencadear na infância. 

Tal como Alex, a investigação atesta que muitas crianças com PHDA permanecem anos sem diagnóstico, agravando problemas comportamentais, emocionais, sociais e académicos, cujas consequências podem estender-se até à idade adulta. Num estudo recente com indivíduos diagnosticados tardiamente, a grande maioria relatou efeitos profundos e duradouros da demora no diagnóstico: 

• 96% disseram que prejudicou a sua autoestima 
• 96% referiram impacto negativo no seu bem-estar mental 
• 81% apontaram consequências adversas nas relações e carreira 
• 77% afirmaram que minou as suas relações amorosas 

Mesmo antes destes efeitos se instalarem, a investigação documenta já desafios significativos na sala de aula, incluindo taxas mais elevadas de suspensão, expulsão e repetência, fraco desempenho académico e relações tensas com professores e colegas –  tudo isto com potencial para comprometer seriamente as oportunidades de carreira e o bem-estar profissional no futuro. 

O impacto nos pais e cuidadores é igualmente profundo. Estudos indicam que famílias de crianças com PHDA não tratada ou diagnosticada tardiamente são desproporcionadamente afetadas por burnout, depressão e ansiedade e enfrentam taxas mais elevadas de interrupção do trabalho, isolamento social e conflito em casa. Embora o diagnóstico e tratamento possam aliviar a sobrecarga dos cuidadores e melhorar o bem-estar, as dificuldades em encontrar cuidados atempados e adequados privam muitas famílias do alívio de que tanto necessitam. 

Surge o programa Child and Family Wellbeing. 

Bem-Estar da Criança e da Família: Um Recurso Abrangente para Famílias de Crianças com PHDA 

Reconhecendo a crescente necessidade de cuidados integrados para toda a família, o programa WPO Child and Family Wellbeing oferece apoio contínuo, baseado em evidência, a famílias que enfrentam desafios comportamentais, emocionais, académicos, sociais e de desenvolvimento em crianças. 

Através de uma abordagem multinível que combina aconselhamento, coaching, apoio através de recursos e acompanhamento contínuo de casos, o programa liga pais e cuidadores a apoio direto e encaminhamentos especializados para diversas necessidades, tais como: 

• Ajudar crianças a lidar com ansiedade e depressão
• Acompanhar crianças em eventos adversos (ex.: divórcio)
• Reforçar a confiança académica e social das crianças
• Localizar especialistas em perturbações de humor e comportamento
• Aceder a aconselhamento pediátrico e parental

Os desafios na infância podem acumular-se rapidamente, dificultando o acesso a cuidados eficazes e atempados e aumentando a pressão sobre o bem-estar da criança e do cuidador. Isto é particularmente verdade no caso da PHDA, onde dificuldades na regulação emocional, funções executivas e controlo dos impulsos podem escalar para problemas mais amplos de saúde comportamental, desempenho académico e funcionamento social sem o devido apoio. 

Com o Child and Family Wellbeing, pais e cuidadores de crianças com PHDA recebem os cuidados abrangentes e coordenados de que necessitam para enfrentar estas preocupações de forma direta e garantir que a criança está equipada para prosperar em todas as áreas da vida. 

“Como psicóloga infantil, vejo todos os dias o quão profundamente a PHDA molda o mundo da criança e da sua família”, afirma a Dra. Jasmeen Kaur Malhotra, Diretora de Cuidados Clínicos de Crianças e Adolescentes na WPO. “Não se trata apenas de prestar atenção ou de ficar quieto na sala de aula. Trata-se de aprender a regular emoções fortes, gerir impulsos poderosos, construir relações saudáveis com os pares e desenvolver a disciplina necessária para definir e alcançar objetivos. Os pais e cuidadores também precisam de ajuda para gerir as próprias emoções, compreender as necessidades da criança e criar rotinas diárias que favoreçam o crescimento da criança e o seu próprio bem-estar. O programa WPO Child and Family Wellbeing reúne todo este apoio num só lugar, oferecendo às famílias as ferramentas e a orientação de que necessitam para enfrentar a realidade da PHDA com clareza, confiança e tranquilidade.” 

Como funciona: 

• Avaliação: Um clínico pediátrico credenciado realiza uma avaliação completa para identificar as necessidades específicas da família. 
• Planeamento de Cuidados: É elaborado um plano personalizado, que integra aconselhamento pediátrico e parental, bem como apoio em recursos, conforme necessário. 
• Acompanhamento: Gestores clínicos de caso e coaches monitorizam o progresso, assegurando a continuidade e eficácia dos cuidados. 

Ao integrar estes componentes, o programa Child and Family Wellbeing oferece um sistema de apoio estruturado, mas flexível, adaptado à realidade das famílias que enfrentam a PHDA. Cada família recebe ferramentas, perspetivas e recursos para lidar não apenas com os desafios quotidianos da atenção, do controlo de impulsos e da regulação emocional, mas também com os efeitos a longo prazo no desempenho académico e profissional, nas relações, na autoconfiança e na resiliência emocional. 

As crianças recebem apoio na gestão dos sintomas da PHDA e no desenvolvimento de estratégias para lidar e gerir o dia a dia, enquanto os pais são orientados para gerir o stress, manter o equilíbrio entre vida profissional e pessoal e reforçar a confiança como cuidadores. Adicionalmente, os nossos profissionais ligam as famílias aos recursos e especialistas mais eficazes e informados disponíveis, garantindo cuidados da mais elevada qualidade. 

“Hoje em dia, os pais enfrentam inúmeros desafios, e apoiar a saúde e o bem-estar dos filhos é sempre uma prioridade”, afirma Sarah Wood, Vice-Presidente e Diretora-Geral de Emerging Solutions na WPO. “Com a PHDA, em particular, pode ser difícil saber que tipo de apoio é necessário, onde encontrar os profissionais certos e como ultrapassar as barreiras no acesso a cuidados. O nosso programa caminha lado a lado com as famílias, oferecendo apoio na saúde mental para pais e filhos, ligando-os a especialistas e recursos focados na PHDA e disponibilizando uma gestão abrangente de casos em todas as fases do percurso.” 

Bem-Estar Infantil é Bem-Estar Familiar é Bem-Estar Organizacional 

A PHDA é uma preocupação crescente para as famílias, afetando cerca de 8% das crianças e adolescentes em todo o mundo – embora o número real seja, provavelmente, ainda mais elevado. A intervenção precoce pode fazer uma enorme diferença, já que estratégias personalizadas para lidar com os diversos casos, recursos direcionados e adaptações adequadas na escola ou no trabalho podem ajudar crianças, adolescentes e adultos com PHDA a viver vidas plenas e descomplicadas. É apenas uma questão de ligar as famílias ao apoio certo. 

Com os pais e cuidadores a formarem uma parte significativa da força de trabalho, garantir que têm acesso a apoio centrado na família, que aborde desafios como a PHDA, é crucial para manter o envolvimento, o desempenho e o bem-estar dos colaboradores. Ao incorporar o programa WPO Child and Family Wellbeing no leque de benefícios da organização, as entidades patronais não estão apenas a investir na saúde e sucesso da sua força de trabalho atual, como também no potencial da próxima geração de talento – ajudando as crianças a crescer como adultos equilibrados, capazes e resilientes. 

Descubra como o programa Child and Family Wellbeing promove um ciclo de resiliência — para colaboradores, as suas famílias e as suas organizações. Contacte-nos hoje. 

Aviso: Alguns detalhes neste artigo foram ficcionados para efeitos de narrativa, mas baseiam-se em acontecimentos reais.